quinta-feira, 21 de maio de 2009

Ausencia...

Queridos,
Andei deixando o blog de lado e nunca mais publiquei nada... Ja fiz tantas viagens, inclusive viagens longas em ferias, e nada de escrever...
Estou tentando compensar essa ausencia e publicar mais frequentemente meus relatos.
Publiquei hoje um rascunho que tinha escrito ha tempos sobre o meu voo a Nagoya.
Logo escrevo mais!

=D

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Colombo



Pela quarta vez fui a Colombo, no Sri Lanka.
Aproveitei para refazer um passeio que tinha feito há alguns meses a Kandy, cidade que fica a duas horas de Colombo.
Saímos cedo do hotel e iniciamos o passeio em um dos “herbal garden”, lugar onde se plantam diversas especiarias e plantas com as quais se fazem produtos como o repelente de insetos de citronela, essência de baunilha, de banana, de cacau, óleos para massagem, sucos que ajudam na perda de peso etc. É claro que, depois de uma detalhada explicação de como se faz cada produto e dos milagrosos benefícios que eles causam quando utilizados corretamente, os anfitriões levam os turistas a uma salinha onde eles vendem todos esses produtos a um preço não tão modesto como se imaginaria.
A próxima parada foi o templo do dente do Buda, “The Tooth Temple”, onde se encontra, trancado a sete chaves, um dente do Buda. Dizem que é um dos templos budistas mais importantes e visitados do mundo porque é o único que possui um resto mortal de Buda.
O templo fica em um lugar muito bonito, arborizado, e uma parte dele é periodicamente visitada por macaquinhos. Na porta de entrada há algumas banquinhas vendendo incenso e flores de lótus para serem oferecidos durante a reza.
Enquanto estávamos lá dentro visitando entrou um grupo de meninos vestidos como monges, com aquelas vestimentas cor de laranja. Nosso guia explicou que os garotos são desde cedo iniciados na vida religiosa, mas que a maioria acaba abandonando-a durante a adolescência. Eles entraram e fizeram suas orações.
Saímos e fomos ao Jardim Botânico, um parque grande com uma boa diversidade de plantas e flores.
Estávamos caminhando pelo parque quando reparamos em uma árvore alta que tinha algo de diferente. Paramos para olhar melhor e vimos que a copa da árvore estava servindo de dormitório para pelo menos uma centena de morcegos! Um deles saiu voando e vimos o tamanho do bicho... nada pequeno...
A parte mais legal do dia foi ir ao orfanato dos elefantes. Eu já havia ido em uma outra ocasião a um outro orfanato, mas não tive a chance de montar em um deles. Desta vez eu tive.
O elefante em que montei se chamava Lakshmi, nome de deusa, e já tinha seus 40 e poucos anos de idade.
Engraçado montar em um elefante. A pele deles é bem áspera, cheia de pelos duros, mas a tromba é de uma pele mais macia. E são animais dóceis, que aprendem e obedecem aos comandos dos criadores. Aliás, existe todo um conhecimento transmitido ao longo de séculos sobre como se domar os elefantes, e os criadores sabem exatamente quais pontos de pressão no corpo dos animais correspondem a quais ações. Eles utilizam um objeto pontiagudo para pressionar esses pontos e fazer com que o elefante ande, pare, se sente etc.Conhecimento extremamente necessário, já que no Sri Lanka, assim como na Tailândia, se vêem elefantes no meio da rua, no meio das casas e pessoas. Uma das sensações mais engraçadas é estar dentro de um carro em uma rua com um trânsito considerável e de repente perceber que tem um elefante bem ao lado do carro. E ao lado do elefante um homem, guiando o animal como se fosse um cachorro de estimação.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Nagoya


Mais um voo para a terra do sol nascente! Dessa vez foi Nagoya.

Cheguei no hotel no finzinho da tarde e, como de praxe, foi tomar um banho e sair pra comer. Fui com mais oito pessoas da tripulação a um restaurante perto do hotel pra comer o tal do Okonomiyaki de novo. Oito pessoas de diferentes partes do mundo (nenhuma do Japão) tentando se comunicar com uma garçonete que mal falava inglês foi um tanto interessante. Ela tinha aquele jeitinho tímido japonês, mas cada palavra de inglês que ela conseguia dizer vinha acompanhada de um esforço grande, várias palavras em japonês e alguns gritinhos de empolgação quando a gente entendia o que ela dizia.

Depois de um tempo considerável fazendo o pedido, veio a iguaria. Diferentemente do restaurante em Osaka, vieram os ingredientes separados, e nós, tentando seguir as instruções do folheto que estava na mesa, preparamos nós mesmos os nossos pratos. Misturamos os ingredientes e jogamos a mistura no centro da mesa, que tinha uma chapa quente elétrica. Ficou com uma aparência meio estranha, mas até que ficou gostoso!

No dia seguinte, saí cedo do hotel com mais duas meninas da tripulação e fomos de metrô em direção ao castelo de Nagoya. Fácil tomar o metrô por lá, e eis uma coisa que me surpreendeu: o metrô em Nagoya tem placas de sinalização em japonês, em inglês e em português!! Eu sabia que tinha muitos brasileiros vivendo lá (tanto que a Emirates tornou obrigatório ter um falante de português nos vôos pra Nagoya), mas por isso eu não esperava!

Depois do castelo, pegamos o metrô novamente e fomos ao templo de Nagoya. Chegamos bem na hora de um dos cultos, e ouvimos os monges entoando as rezas, as pessoas oferecendo incenso e rezando, um movimento de entra-e-sai constante. Era domingo, dia de descanso, e muitas pessoas estavam naquela área.

Saindo do templo começamos a andar por uma área comercial, algo que parecia uma galeria bem comprida, com lojinhas por todos os lados vendendo desde kimonos até as roupas mais alternativas que um jovem Nihonjin possa usar. E qual não foi a minha surpresa quando eu vejo, no meio de tantas cores e desenhos, uma grande bandeira verde e amarela na porta de um restaurantezinho cujo cardápio incluia feijoada e arroz com feijão e bife! Me senti mais perto de casa lá que no Oriente Médio, que é geograficamente mais perto...

Saindo da galeria, andamos em direção ao hotel e, no caminho, paramos em uma daquelas lojas de 100 yens (igual às lojas de R$1.99 de São Paulo). Impressionante como podem vender tanta tranqueira em um lugar só. Lá se encontram desde maquiagem até lingerie, artigos para a casa, artigos de papelaria, brinquedos, comida etc.

Depois das comprinhas, finalizamos o dia com um almoço. Finalmente consegui comer sushi e sashimi no Nihon! E sim, é uma delícia! O gohan é diferente, e os produtos são fresquinhos. Não que a comida japonesa na Liberdade não seja boa, mas lá é melhor!

É interessante observar o movimento nas ruas de Nagoya. As pessoas respeitam os semáforos, respeotam as faixas de pedestres, Muitos se locomovem de bicicleta. E não somente jovens ou jovens adultos, mas idosos também. E as ruas são extremamente organizadas, com ciclovias, semáforos e sinalizações claras. Depois de um ano morando em Dubai, onde não há calçadas e o trânsito parece uma colcha de retalhos, com motoristas indianos, paquistaneses e egípcios, caminhar pelas ruas de Nagoya foi revigorante.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Osaka / Kyoto



Pela primeira vez fui para o Japão! Voei para Osaka no dia 30 e passei um dia lá.

Obviamente a primeira coisa foi chegar no hotel, tomar um banho e ir correndo procurar um lugar pra comer. Fui com algumas pessoas da tripulação a um restaurantezinho simpático comer Okonomyaki (conhecido como a pizza japonesa, mas em nada semelhante a uma pizza, é uma mistura de noodles com acelga, outros vegetais, cogumelos, um monte de temperos e mais algumas coisas que eu não sei bem o que eram)! Eu que estava acostumada no Brasil a comer sushi e sashimi fiquei meio surpresa porque vi que a comida no Japão é doce. Tudo tem um gosto meio adocicado. E o tal do sushi é comida para dias especiais. Enfim, foi okonomyaki com cerveja Asahi.

Na manhã seguinte fui à estação JR Osaka para pegar o trem para Kyoto. Impressionante como as coisas no Japão funcionam como um relógio, ao contrário do Brasil e de Dubai. Tudo é pontual. O trem não sai um minuto antes ou depois do horário marcado. As pessoas esperam quem está dentro do trem desembarcar antes de embarcarem. Na escada rolante todos ficam do lado esquerdo para deixar o direito livre para quem quiser passar. A formalidade e a educação das pessoas também chamam a atenção. A funcionária do trem entra no vagão, se curva cumprimentando a todos e anda por entre as pessoas quase invisível, pedindo licença a cada um.

Cheguei em Kyoto exatamente no horário programado e na hora de encontrar o Ernani e a Liliana (para quem não os conhece, são meus amigos da faculdade, que moram em Kyoto há alguns anos). Maravilhoso poder reencontrar pessoas tão queridas que estão longe há tanto tempo. Isso tornou essa viagem uma das mais especiais que fiz até hoje.

Pegamos um ônibus para irmos ao Rokuon-Ji, o templo dourado. Excepcionalmente naquele dia o trânsito estava meio complicado, porque estava acontecendo uma manifestação contra o aumento dos impostos. Manifestação no estilo do Nihon. Pessoas andando pacificamente com algumas placas nas mãos, um ou outro auto-falante com uma pessoa dizendo algo, e uma quantidade impressionante de pessoas da terceira idade envolvidas na passeata.

Chegamos em pouco tempo ao templo, que é lindo, e fica sobre um lago com carpas e muitas árvores ao redor.

Como não tínhamos muito tempo, fomos rápido almoçar e depois fomos ao Kiyomizu, o templo da água pura. Para chegar a esse templo subimos uma ruazinha estreita cheia de lojinhas e casinhas tradicionais. Ruazinha movimentada, pois era feriado naquela semana, e muitas pessoas estavam passeando por lá.

O templo é bem grande e, por ser no alto, tem uma vista privilegiada da cidade.

Kiyomizu foi a última parada do dia. Fomos para a estação de trem logo depois, porque já estava na hora de voltar. E como é difícil se despedir, né?




segunda-feira, 28 de abril de 2008

Ahlan wa-sahlan!

Então que resolvi começar a escrever sobre as minhas andanças pelo mundo.
Antes de mais nada, algumas considerações necessárias.
Estou comissária de bordo. Verbo por verbo, vamos utilizar o correto: "estou", e não "sou". Para quem está querendo viajar e não tem grana, eis uma ótima alternativa. Tudo bem que o trabalho não é assim uma brastemp, mas servir bandejinhas pra 300 pessoas na cabine econômica é um preço bem acessível pra passar um dia em cada canto do planeta. A propósito, essa é a duração da maior parte das minhas viagens: um dia. Saio de Dubai, onde moro, trabalho durante o vôo, chego ao destino, vou pro hotel (pago pela empresa!) e tenho um dia (às vezes mais, às vezes menos) pra curtir o lugar onde estou.
Há dez meses essa é a minha vida. E esta é a maneira que eu encontrei de compartilhar essa vida tão atípica com meus amigos e minha família. Não sei por quê não comecei a escrever antes, mas tudo a seu tempo, não é?
Bem-vindos! Ahlan wa-sahlan!